(de onde vem o som quando o piano se parte?...)
Uma pasta velha, coberta de pó.
Memórias...
Memórias daquilo que já fui.
As palavras escritas, pequenas anotações na margem...
São notas.
Escondidas por entre rabiscos estão as notas com que fiz o meu passado.
É uma noite boa para me sentar na solidão e recordar...
Suavemente passo com os meus dedos pelas teclas frágeis que se desfazem em pó sob o meu toque...
No silêncio assustador desta casa, deste quarto, desta noite, nem uma nota se faz ouvir.
Nada...
O som do silêncio reina sobre este lugar...
Nem a tua voz chega até mim...
Nada...
É mais uma noite sem música em que passeio pelas memórias desfeitas e olho o futuro nos olhos. E vejo ao longe uma voz que canta...
(de onde vem o som quando o piano se parte?...)